O corpo de Deivison Kerlls foi enterrado na segunda-feira sob forte comoção. Uma multidão emocionada se despediu do ídolo. Os sucessos do grupo foram cantados em coro pela massa de admiradores, que disputou cada centímetro da área onde o corpo do cantor foi sepultado. A música Fase Ruim, com o refrão “meu amor, não me deixe”, foi o hino absoluto da despedida.
Demora no sepultamento pelo tamanho do caixão Também houve situações de tensão durante o sepultamento. O caixão com o corpo do cantor inicialmente não coube no compartimento. Um revestimento interno de plástico teve que ser retirado para que o caixão coubesse. Enquanto isso, uma funcionária da segurança do cemitério tentou afastar a multidão disparando para cima um taser (espécie de arma não letal) de eletrochoque. Ação da segurança desencadeou um rápido tumulto e a funcionária, bastante hostilizada por parte dos presentes, precisou ser escoltada para deixar o local.
A empresa responsável pelo sepultamento informou que a demora na colocação no compartimento ocorreu pela falta de informação das dimensões exatas do caixão. “A urna onde ele foi enterrado é uma urna especial, maior. Foi uma doação da empresa à família, uma forma de homenageá-lo. A funerária não sinalizou nada para nós sobre o tamanho, disseram que daria, por isso houve o atraso. O processo levou o dobro do tempo por causa disso”, disse Andreza Melo, coordenadora administrativa da companhia.
Segundo Andreza, a urna utilizada é diferente porque não permite a entrada de insetos nem a decomposição por necrochorume. Caso o jazigo tivesse sido comprado pela família do cantor, custaria certa de R$ 9.130. A empresa doou a estrutura por dois anos e um dia, tempo necessário para que o corpo se decomponha completamente e os restos mortais sejam transportados para o ossuário.